Introdução
Quando
falamos em colesterol, os jovens costumam achar que o assunto não é com
eles, a menos que esteja associado àqueles indesejáveis centímetros
extras na cintura. É preciso, no entanto, ressaltar que há evidências de
que muitos casos de aterosclerose aquela doença que ataca as artérias
ocorrem durante a infância. Excesso de gordura saturada e poucas
fibras na alimentação podem concorrer para a ação das vilãs das
cardiopatias: as lipoproteínas de baixa densidade, ou LDL. O texto de
VEJA é um bom guia para decifrar o significado da sigla e a função
dessas substâncias no organismo.
Muitos alunos talvez pensem que
colesterol é uma gordura. Por isso, convoque a classe para um exame
etimológico. O vocábulo tem origem grega e significa cálculo biliar.
Chame a atenção para o sufixo ol, usado para caracterizar os álcoois.
Explique que se trata de uma substância química de aspecto cristalino,
branca, insípida e inodora, presente apenas nos tecidos animais. Ela é
produzida pelo fígado, num processo regulado por um sistema de
compensação: quanto maior a ingestão de colesterol vindo dos alimentos,
menor a quantidade sintetizada pelo fígado. Essa substância faz parte
das estruturas das membranas celulares e é precursora da biossíntese de
vários hormônios, além do ácido biliar e da vitamina D. Vale lembrar que
essa vitamina é essencial no metabolismo do cálcio, elemento importante
na conservação e regeneração dos ossos. Em resumo, o colesterol não é
uma gordura, e sim um álcool de cadeia carbônica longa, insolúvel em
água e, portanto, também no sangue, pelo qual é transportado aos
tecidos. Para que isso ocorra, ele se liga às proteínas e a substância
resultante é denominada lipoproteína.
Destaque as duas lipoproteínas mais conhecidas: a de baixa densidade, LDL (do inglês low-density lipoprotein), e a de alta densidade, HDL (high-density lipoprotein).
Em seguida, apresente o quadro LDL em ação (abaixo)
para esclarecer por que taxas elevadas de colesterol no sangue podem
resultar em placas nas paredes das artérias. Tais placas são oxidadas
por radicais livres presentes nas células, o que estimula um mecanismo
de defesa do organismo, fazendo com que os glóbulos brancos se juntem e o
local fique inflamado. Depois de algum tempo, forma-se uma placa no
meio do vaso, com lenta deposição de cálcio, que acaba obstruindo o
fluxo sanguíneo. É por esse motivo que o nível alto de colesterol está
ligado a doenças circulatórias.
Atividades
Incentive
a turma a explicar por que se fala em mau e bom colesterol. Deixe claro
que o colesterol é um só. As caracterizações como bom e mau se
relacionam aos tipos de lipoproteína. Proponha então um desafio: com
base nas diferentes densidades dos dois tipos, por que um tipo pode ser
prejudicial e o outro não?
A seguir, justifique: por se tratar
de substância insolúvel em água, o LDL junto com outras substâncias
promove a diminuição do fluxo de sangue até a obstrução dos vasos
sanguíneos. Por isso é considerado o colesterol ruim. Já o HDL, de alta
densidade, pode colaborar para a proteção do organismo, pois transporta
ou mesmo empurra o colesterol para fora da lesão vascular, levando-o de
volta ao fígado, onde é eliminado ou reaproveitado. Daí a expressão bom
colesterol.
Sugira uma pesquisa sobre os tipos de alimento que
podemos ingerir para aumentar a quantidade do chamado bom colesterol.
Essa pesquisa pode ser estendida com o objetivo de explicar a função dos
alimentos antioxidantes. Os alunos devem encontrar alguns tipos de
óleo, como o de oliva, canola, milho, girassol, nozes, e outras fontes
de antioxidantes, como vegetais verdes , brócolis, repolho, espinafre
etc. , além de batata-doce, cenoura, chá, melão e outras frutas, grãos e
vinho.
Mostre o que leva os nutricionistas a recomendar
antioxidantes na dieta para reduzir as lipoproteínas nocivas. Isso é
feito porque, no momento em que o LDL se prende às artérias, os radicais
livres realizam a oxidação e permitem posterior ligação com o cálcio.
Se houver no organismo um antioxidante, o LDL não sofrerá tal oxidação,
aumentando as chances de ser eliminado pela boa lipoproteína, o HDL.
É
possível que na pesquisa os alunos encontrem as vitaminas A e E como
indicadas para evitar a aterosclerose graças à ação antioxidante que
oferecem.
Por fim, construa um painel relacionando os cuidados
que devemos ter para nos poupar do LDL. Encabeçando a lista deve estar a
alimentação. Carnes gordas, frituras, gema de ovos etc. não são
recomendadas. Alimentos ricos em fibras, por sua vez, ajudam a combater o
colesterol ruim. Saliente ainda o papel de alguns medicamentos. A
estatina, também uma lipoproteína, é usada contra o LDL e o VLDL (de
muito baixa densidade) e bloqueia a síntese do LDL no fígado e em outros
tecidos. Outro remédio que merece menção é a ezetimiba, que diminui a
absorção do LDL pelo intestino. Juntas, essas substâncias reduzem os
níveis de produção do colesterol com grande eficácia.
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