Os
aditivos dos alimentos tem estado conosco por muito, muito tempo, desde a
pré-história, quando começamos a defumar e a salgar os alimentos para preservá-los
de se estragarem. O mesmo acontece com o uso de ervas, temperos e adoçantes: o
uso é muito, muito antigo. Imagine um mercador de alimentos lá pela idade
média: adicionar temperos, corantes e o que há era necessário para retirar maus
cheiros e gosto ruim de alimentos "estragados". De fato, temperos e
"especiarias" eram tão preciosos que, de uma forma indireta, levaram
os europeus a conquistas célebres, como a viagem de Marco Polo ao oriente, Colombo
às Américas, Vasco da Gama à Índia.
Com
o passar dos séculos a população foi deixando o campo e se aglutinando nas
cidades, portanto o caminho entre o produtor da comida e o consumidor da comida
ficou mais longo, e também mais longo o tempo entre o produzir e o consumir -
lembre-se que a geladeira e o freezer são benesses do século XX. Portanto, no tempo
de nossos avôs (não tão longe assim) a perda de alimentos por pura decomposição
era enorme, assim como era enorme o uso de produtos químicos e processos para
tentar preservá-los. Um exemplo de um processo que até hoje é utilizado no
sertão brasileiro é o de abater um porco, separar a pele e gordura das carnes,
fritar a pele e a gordura para fazer a banha e o toucinho, em seguida fritar as
carnes na própria gordura do animal, e finalmente estocar as carnes imersas na
própria banha de fritura. Essa banha, quando fria, solidifica-se, e portanto
impede a passagem do ar atmosférico até o alimento, evitando a sua oxidação e a
proliferação de bactérias, duas funções que efetivamente preservam as carnes
por muitos meses (e elas ficam uma delícia!). A gordura aí é o agente químico
da preparação e da preservação do alimento.
De
qualquer forma, uma definição prática de um aditivo é qualquer coisa que é
intencionalmente adicionado ao alimento para produzir um efeito benéfico
específico. Sal, açúcar... O que seria de um bom cachorro quente sem a mostarda
e o quetechupe? Outros aditivos não são tão óbvios. A adição de iodeto de
potássio ao sal de cozinha, por exemplo, supre a população do iodo necessário
para o bom funcionamento da glândula tireóide, evitando o surgimento do bócio
(o popular "papo"), entre outras disfunções orgânicas que a tireóide
regula. É o que está escrito no rótulo do saquinho de sal: "iodatado".
Você pode colocar vitamina D no leite e não modificar nada em termos de gosto,
cor... Mas o aditivo vai facilitar a capacidade do organismo em absorver o
cálcio do leite, melhorando e até prevenindo problemas ósseos da população. Por
outro lado, a vitamina C, além de melhorar a qualidade nutricional do alimento,
como a D, vai também funcionar como um preservativo. Ela (o ácido ascórbico) se
oxida pelo ar com muita facilidade, e assim, ela vai se oxidar
preferencialmente ao alimento aonde ela foi adicionada, evitando por um bom
tempo que ele se deteriore. Essa classe de aditivos é portanto chamada de
antioxidantes.
Sendo
assim, nós podemos agrupar os aditivos em grupos, de acordo com a função que
eles exercem, sempre tendo em mente que os grupos não são excludentes, como no
caso do ácido ascórbico que é um nutriente além de um antioxidante. Esses
grupos (de uma forma bem generalizada) são:
a) os que tornam os alimentos mais
aprazíveis/palatáveis;
b) os que os tornam mais nutritivos;
c) os que preservam o frescor e evitam sua
decomposição, e
d) facilitam o seu processamento e prolongam
o seu período de estocagem.
No
primeiro grupo estão, por exemplo, o beta caroteno, que dá uma cor de cenoura
para o alimento, o açafrão, que empresta uma cor amarela, o óxido férrico
(marrom), o dióxido de titânio (branco); são os corantes. O monosódioglutamato
(um sal do ácido glutâmico) ajuda os fracos sabores dos alimentos a se tornarem
mais fortes, por isso muito utilizado na cozinha oriental, enquanto que o
acetato de etila faz o mesmo, além de emprestar à comida o seu próprio aroma,
como fazem outros óleos e extratos vegetais, como a baunilha, por exemplo,
(curiosamente, o acetato de etila sintético é ingrediente fundamental do
esmalte de unhas!). Compostos utilizados com essas finalidades são ditos serem
flavorizantes. Um deles, muito comum, é o açúcar, um membro representativo dos
adoçantes.
A segunda grande classe de aditivos
compreende, como já vimos a vitamina C e a D, também o beta caroteno (que é,
uma vez ingerido, transformado pelo organismo na vitamina A). Minerais como o
sulfato de ferro, FeSO4, e o sulfato de zinco ZnSO4, ajudam a suprir nossa
demanda por minerais (micronutrientes), tornando nossa alimentação mais
saudável.
A terceira classe de aditivos é de
fundamental importância hoje em dia, são os responsáveis pela prevenção da
oxidação dos alimentos pelo ar e/ou prevenir a formação de bactérias nocivas.
Já vimos que a vitamina C funciona como anti-oxidante, mas ela é ainda um
anti-microbiano. O benzoato de sódio é específico para prevenir a formação de
fungos em alimentos cítricos ou acídicos, por exemplo, enquanto que o nitrito
de sódio, NaNO2, inibe o crescimento de microorganismos nas carnes (e as
preservam vermelhas por mais tempo...). O ácido sórbico e os seus sais,
principalmente o de sódio, revinem a formação de fungos e fermentos em queijos. Todos eles
são exemplos de conservantes, ou preservantes.
A última grande classe de aditivos são
coletivamente chamados de estabilizantes. O dióxido de silício, SiO2 e os
silicatos de cálcio previnem alimentos em forma de pó - o sal de cozinha, por
exemplo - sempre sequinhos. A glicerina serve de humectante, faz com que o coco
ralado, por exemplo, pareça que foi mesmo recém ralado... e por aí vai toda uma
família de espessantes, texturizantes, emulsificantes, controladores de pH, e o
que há.
É isso aí. Os aditivos estão aí, e
vão permanecer, com toda a certeza. Nisso há um problema, envolvendo toda uma
questão de se o alimento é natural, não contém conservante, portanto é mais
saudável, e coisas do gênero. De fato, essa preocupação procede, e deve ser
levada em conta, com muito critério. Devemos, como em outros casos, julgar
muito bem a relação custo/benefício para julgarmos o caso do "com" e
do "sem" aditivos. Um caso notório é o do nitrito de sódio, já
mencionado. Os nitritos são reativos, podem facilmente ser transformados em
ácido nitroso, HNO2, precursor de substâncias carcinogênicas, e por isso,
eventualmente, poderiam vir a nos causar mal, de uma forma ou de outra. Por
outro lado, as frutas comuns da nossa dieta - o tomate, por exemplo - possuem
substâncias que reagem com o ácido nitroso e anulam os seus efeitos, mas nem
por isso se torna mandatório que todo aquele que come carne deva comer tomate
junto. O caso é que até agora não se sabe se o ácido nitroso é de fato formado
no nosso organismo, e além disso, existem bactérias que vivem na nossa saliva
que transformam os nitratos das frutas em nitritos, bem na nossa boca! De mais
a mais, o nitrito de sódio na carne previne o aparecimento de um microorganismo,
o Clostridium botulinum, que produz a toxina botulinum, responsável pelo
botulismo, que é um dos tipos de envenenamento por alimentos, e é simplesmente
fatal. Não tem cura, e a morte do paciente é rápida. Existem portanto prós e
contras sobre a utilização ou não de aditivos e conservantes nos alimentos. O
nosso julgamento, criterioso, é que deve prevalecer quando da escolha daquilo
que irá servir como nossa alimentação.
Os
aditivos são produtos químicos acrescentados para dar textura, cor, sabor,
aroma ou conservar os alimentos. As conseqüências vão desde alergias a ameaças
de câncer. Mas é possível viver nesse mundo de acidulantes, espessantes e
estabilizantes sem precisar de uma rede de espionagem para controlar a gula
infantil.
‘‘As
crianças são as maiores vítimas dos aditivos, porque proporcionalmente comem
mais do que os adultos. E porque gostam desse tipo de alimento com corantes e
aromatizantes’’, afirma Eloísa Dutra Caldas, professora de toxicologia do curso
de farmácia da Universidade de Brasília (UnB).
O
mundo é artificial. ‘‘Mas nossa vida é essa. Como não deixar que uma criança
tome um copo de leite achocolatado?’’, pergunta-se Themis Silveira Dovera,
enfermeira, nutricionista e coordenadora do curso de Enfermagem da Universidade
Paulista (Unip). A aparência uniforme de alguns achocolatados, sucos e
refrigerantes é por causa do estabilizante.
Themis
Dovera diz que todos os aditivos são nocivos à saúde. Os salgadinhos, por exemplo,
abusam do glutamato monosódico. É um flavorizante, intensifica sabor e aroma.
‘‘Os japoneses usam muito e têm muito câncer de estômago’’, afirma. Há outros
exemplos: ‘‘Massas de tomate têm muito corante. Dá para fazer molho com tomate
e urucum, que é um corante natural, não faz mal à saúde e ainda é rico em vitamina A. Mas
nada em excesso faz bem’’, observa.
Aromatizantes
Para dar aroma e sabor aos alimentos. Existem várias
essências aromáticas e corantes naturais feitos de pigmentos vegetais, mas os
artificiais têm preços mais baratos. A maioria dos corantes é derivado de
alcatrão, conhecido como cancerígeno.
Conservantes
Para evitar a decomposição do produto. Desde julho
de 1986, a
Food and Drug Administration, dos Estados Unidos, proibiu os sulfitos como
agentes antioxidantes e conservantes em frutas e vegetais crus, por causa de
reações de hipersensibilidade.
Usado para dar cor às carnes. Transforma-se em
nitrosamina, potencialmente cancerígena, encontrada
em alguns vegetais da agricultura convencional, no trigo e laticínios.
1 comentários:
Oi flor,
nossa que coisas mais legais de saber!!!
Adoro dicas de beleza que vem de dentro para fora (falndo de alimentos, nutrição saúde etc...)
Amei seu blog!!!
Estou te seguindo!!!
Beijinhos
♥
Passa lá no Viver Maraa!!!
se gostar me segue também...
http://vivermaraa.blogspot.com/
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