Radiação Alfa é uma partícula formada por um átomo de hélio com carga positiva. A
distância que uma partícula percorre antes de parar é chamada alcance. Num dado
meio, partículas alfa de igual energia têm o mesmo alcance. O alcance das partículas
alfa é muito pequeno, o que faz que elas sejam facilmente blindadas. Uma folha fina
de alumínio barra completamente um feixe de partículas de 5MeV. A inalação ou
ingestão de partículas alfa é muito perigosa.
Radiação Beta é também uma partícula, de carga negativa, o elétron. Sua constituição
é feita por partículas beta que são emitidas pela maioria dos nuclídeos radioativos
naturais ou artificiais e tem maior penetração que as partículas alfa. O 32 P dá uma
radiação beta até 1,7 MeV com uma penetração média de 2 a 3 mm na pele, e
alcança, em pequena proporção, 8 mm. Se o emissor beta é ingerido, como acontece
nos casos de diagnóstico e terapêutica, os efeitos são muito mais extensos.
Radiação Gama é uma onda eletromagnética. As substâncias radiativas emitem
continuamente calor e têm a capacidade de ionizar o ar e torná-lo condutor de
corrente elétrica. São penetrantes e ao atravessarem uma substância chocam-se com
suas moléculas. A radiação gama tem seu poder de penetração muito grande. Sua
emissão é obtida pela maioria, não totalidade, dos nuclídeos radioativos habitualmente
empregados. Quando a fonte de material radioativo for beta ou gama é necessário
colocação de uma barreira entre o operador e fonte.
Césio 137:
Medo aindaCésio 137:
Medo ainda ronda Goiânia
As seqüelas deixadas pelo césio 137 não estão apenas nos corpos das vítimas diretas
do acidente, que tiveram membros amputados, a pele marcada e a saúde afetada pelo
contato com o elemento químico. Passados dez anos do desastre radiológico, boa parte
dos goianienses não somente guarda tristes lembranças do episódio como sofre com
medo dos efeitos do césio 137. Uma pesquisa realizada entre os dias 19 e 22, das 9 às
21 horas, pela empresa TMK para o jornal O POPULAR revela que 53,6% dos 1,5 mil
entrevistados acreditam na possibilidade de que o acidente ainda possa causar algum
tipo de risco à população da capital.
Vítimas
Para 42,9% das pessoas questionadas esse risco não existe e 3,5% dos entrevistados
não opinaram sobre o assunto. Os pesquisadores abordaram por telefone homens e
mulheres maiores de 21 anos, residentes em diversas regiões da cidade. Entre os
tinham de 11 a 15 anos de idade na época do desastre, foram feitas 294 entrevistas,
que revelaram que 53,1% deles acreditam em riscos do césio 137 e 38,8% não têm
qualquer receio quanto a possíveis efeitos tardios do acidente. Vinte e quatro
entrevistados - 8,2% do total - não opinaram.
Dos 526 entrevistados com idades entre 26 e 35 anos, 55,1% não esconderam ainda
temer os riscos do césio 137. Para 44,9% deles esse risco não existe. Entre os
pesquisados na faixa dos 36 aos 50 anos, as opiniões são similares às dos
entrevistados em outros grupos: 55,8% temem riscos da radiação, 39,6% não
acreditam nessa ameaça e 4,6% não opinaram. Mas, enquanto os mais jovens se
preocupam com os efeitos a longo prazo da contaminação, os maiores de 50 anos
estão mais tranqüilos quanto a esses riscos. Dos 200 entrevistados nessa faixa de
idade, 52% disseram não acreditar na possibilidade de o césio 137 ainda ameaçar a
população, 45% acreditam nesse risco e 3% nada declararam.
Para o especialista em medicina nuclear, Alexandre de Oliveira, essa preocupação da
sociedade revelada pela pesquisa não se justifica. “O acidente fez muitas vítimas e não
deve fazer novas vítimas emocionais”, declara o chefe da assessoria de saúde,
segurança e meio ambiente das Indústrias Nucleares do Brasil. Ele garante que não há
possibilidade de outras pessoas, além das que tiveram contato direto com o césio 137
em setembro de 1987, sofrerem qualquer doença ou outros efeitos provocados pelo
elemento radioativo.
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